Nesta edição do Fazer o Bem, conversamos com o médico e oncologista pediátrico, Joaquim Caetano Aguirre, coordenador da equipe de oncopediatria que trabalha com crianças e adolescentes com câncer no Hospital Santa Casa BH. Joaquim contou um pouco da rotina de trabalho, além da importância das ações do Setembro Dourado.
Como é feita a entrada das crianças no hospital?
O encaminhamento é todo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As crianças chegam para tratamento na maioria das vezes via internação, com suspeita ou com o diagnóstico já feito em outras instituições. A partir do momento que ela chega, iniciamos a internação, e após o término do tratamento encaminhamos o paciente para o acompanhamento ambulatorial.
Quais os principais tipos de câncer encontrados em crianças e adolescentes?
O principal tipo de câncer que acomete crianças e adolescentes hoje são as leucemias, em segundo lugar vem o tumor do cérebro e em terceiro lugar os linfomas. Só esses três já representam mais da metade dos diagnósticos de câncer infanto-juvenil.
Há alguma forma de prevenção ao câncer infanto-juvenil?
Não há algo específico, porque os tumores nas crianças são de origem embrionária. As células embrionárias cancerígenas ganham estímulo para crescimento da mesma forma que são alimentadas na formação de fetos.
Os tumores que acontecem com frequência em crianças são totalmente diferentes dos adultos. E isso tem relação com a causa também, enquanto em adultos, muitas vezes, as ocorrências são por conta do envelhecimento celular e a exposição ambiental a produtos cancerígenos, como cigarro, além de obesidade e sedentarismo. Nas crianças, esses fatores não são tão significativos quando há o diagnóstico de tumor.
O que os pais podem fazer?
Ficar sempre atento aos sinais de saúde dos filhos, ter o cuidado de manter as consultas regulares ao pediatra. E proporcionar uma infância e juventude saudável para eles, até mesmo para que no futuro eles continuem saudáveis e fortes também.
Qual a principal ação então em casos de câncer em crianças e adolescentes?
Mais importante do que o diagnóstico é a vinculação dele com um centro de tratamento. Cada tumor tem seu tratamento específico, e um diagnóstico preciso que consiga classificar esse tumor é a melhor solução para o paciente.
Sobre a Campanha de Setembro Dourado, qual o impacto das ações com as crianças?
Neste mês de conscientização, o mais importante é o incentivo e o estímulo das crianças especialmente dentro do ambiente hospitalar, para trazer esperança, força e até mesmo um aconchego para eles nesse momento difícil.
Essas ações têm um impacto psicossocial muito grande na qualidade de vida desses pacientes, trazendo um sorriso para essa turma.
O que representa o Setembro Dourado para você enquanto profissional?
O Setembro Dourado é o mês para levar e para espalhar essa esperança de um bom resultado para pacientes e familiares. Que seja a esperança de um futuro feliz.
O Setembro Dourado é um ação internacional que busca conscientizar a população sobre o câncer infantojuvenil. A campanha tem o intuito de ampliar ainda mais o debate em torno do tema e chamar atenção quanto ao diagnóstico da doença em crianças e adolescentes.
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