Anne Frank, a voz que se tem memória
Atendendo a pedidos do público, o Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas recebe o espetáculo da Cia. Nacional de Teatro intitulado “Anne Frank, a voz que se tem memória”. Dirigido por Leonardo Talarico Marins, a peça teve sua estreia nacional em 2023 é uma adaptação intimista e emocionante da história, retrata a vida de Anne Frank, uma garota judia de 13 anos, que, junto com sua família e alguns conhecidos, é forçada a se esconder do regime nazista. A única apresentação será no dia 27/4, domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 100 (inteira). A classificação é 10 anos.
A peça é um monólogo estrelado por Poliana Carvalho, que também está envolvida na produção e realizou uma pesquisa profunda, iniciada em 2016, que incluiu visitas ao esconderijo de Anne Frank, campos de concentração e ao Museu da Fábrica de Schindler. Além disso, Poliana entrevistou sobreviventes que conheceram Anne Frank e o historiador Mateusz Zdeb, na Polônia.
Personagem conhecida na história mundial, Anne Frank narra, em seu diário observações, descreve sentimentos e produz um dos documentos mais importantes em favor da liberdade humana. O espetáculo dá voz a Anne além de seu diário. Conta a história dela e de tantas outras vítimas da desumanidade presente na história.
Serviço
Anne Frank, a voz que se tem memória
Data: 27/4 (domingo
Horário: 19h
Local: Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas
Ingressos: R$ 100 (inteira)
Classificação: 10 anos
O site do Minas conversou com a equipe do espetáculo sobre a peça. Confira!
- Como é dar voz a um personagem tão icônica da história mundial?
Poliana Carvalho (atriz): Dar voz à Anne Frank é um dos maiores desafios e também uma das maiores honras da minha vida. Ela é uma figura que ultrapassa o tempo, um símbolo de esperança, resistência e sensibilidade humana em meio ao horror. Representar sua voz, seus pensamentos e sentimentos exige uma entrega absoluta e um respeito profundo à sua memória. É um processo que me transforma constantemente e me exige demais.
Leonardo Talarico (diretor): Dar voz a Anne Frank é se colocar a serviço em prol de uma história de vida tão grandiosa e impactante. Causa nobre e necessária. Uma personagem não é apenas o que foi, mas também tudo aquilo que deveria ter sido. Anne Frank é honra para mim. Sinto-me “desfazendo” o conceito de que o “ser humano é aquele que esquece”. Anne Frank não relatou apenas o mal da humanidade, mas também as suas virtudes. E Anne Frank, neste diapasão, é um grande ponto de nobreza.
- O final da Segunda Guerra está completando 80 anos. Diante dessa data, qual é a sua perspectiva de trazer este espetáculo neste momento?
Poliana Carvalho (atriz): O marco dos 80 anos do fim da Segunda Guerra nos convida a uma reflexão urgente. A memória, quando viva, é ferramenta de transformação. Ainda vivemos tempos em que discursos de ódio, intolerância e desumanização insistem em surgir. Anne nos lembra do poder da palavra, da empatia e da esperança mesmo em meio ao caos. Trazer sua história à cena neste momento é um ato de poesia, é um convite ao pensamento crítico e ao amor humano.
Leonardo Talarico (diretor): Mera coincidência. Há episódios provocados pela humanidade que deveriam ser lembrados semanalmente. 80 anos é uma data importante. Entretanto, haverá dor aos 80 anos e uma semana diante tanta barbaridade cometida. Recordemos sempre.
- Se Anne Frank estivesse viva, o que você gostaria de dizer a ela sobre o legado de seu diário?
Poliana Carvalho (atriz): Eu diria: “Anne, você conseguiu. A sua voz atravessou as páginas do tempo e alcançou o mundo inteiro. Sua coragem, sua delicadeza e sua lucidez tocaram milhões de corações. O seu diário é mais do que um registro, é uma ponte entre gerações, é uma semente de humanidade que floresce ainda hoje. Obrigada por não ter deixado o medo silenciar sua escrita. Obrigada por confiar que mesmo em tempos sombrios, o ser humano pode ser bom de verdade.”
Leonardo Talarico (diretor): Obrigado por tanta generosidade. Em um mundo contemporâneo tão devastado por seres humanos narcisistas você não apenas “constitui” prova das atrocidades humanas, como serve de reflexão as gerações tão rasas tamanha sua grandeza.
- Às gerações mais novas, qual é o recado que você deixa sobre a história de Anne Frank?
Poliana Carvalho (atriz): Eu daria a resposta mais clichê possível, mas do fundo do meu coração: Estudem. Conheçam a história não apenas como um capítulo de um livro, mas como o retrato sensível de pessoas que sonhavam, sentiam, escreviam, questionavam e amavam, como Anne. Que o legado dela sirva como um farol. Vivemos tempos em que é fácil se perder em distrações, mas precisamos lembrar que o mundo se transforma a partir das escolhas individuais. Anne nos mostra que a palavra é poder, que memória é resistência. Que sua história nos inspire a sermos mais atentos, mais sensíveis e mais humanos.
Leonardo Talarico (diretor): Compreendam como o ser humano pode ser tão devastador e percebam se existe na estrutura biográfica de vocês alguma virtude presente em Anne Frank? Vejam quanto sentimento havia no peito de uma menina no auge da desgraça humana. Generosidade, afetividade e reconhecimento. Reflitam.
Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a sexta-feira, das 12h às 20h ou até 30 minutos após o início do espetáculo. Sábados, domingos e feriados, 3h antes do início da sessão e até 30 minutos após o início do espetáculo.
Horário de abertura da plateia para entrada do público: 30 minutos antes do horário da apresentação.
Mais informações: (31) 3516-1360.
Estacionamento com acesso interno: entrada pela rua da Bahia, ao lado do Teatro. Após estacionar o veículo, o usuário chega ao Teatro por elevador interno, com rapidez e segurança. O Estacionamento fica aberto até meia hora após o fim do espetáculo.
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