Raspas e restos nos interessam
Entre os dias 16/6 e 30/7, o Espaço Expositivo abriga a mostra “Raspas e restos nos interessam”, dos mineiros Agnaldo Pinho e Ronald Polito. Os artistas trabalham formas geométricas que assumem o papel central, calcada nas variadas tendências construtivas da arte nos séculos XX e XXI, com a utilização de materiais menos nobres. A linguagem de um tem como característica a reintegração de resíduos à função estética. O outro, de forma delicada, provoca a ruína deles. O encontro das linguagens propõe a discussão da unidade dos elementos usados nas composições. “Raspas de Restos nos interessam” pode ser visitada de segunda a sábado, das 8h às 20h, e domingos e feriados, das 8h às 19h. A classificação é livre.
Estarão no espaço 14 obras de pequenas dimensões variadas, que vão de 21 x 21 cm até 37,5 x 24,5 cm – a maior delas. Segundo Ronald Polito, “a inspiração só está no título que é um verso levemente modificado de Cazuza. As palavras “raspas” e “restos” expressam bem o que as obras mostram. Como queimo os papéis, fico com o que resta deles”, explica.
Os artistas utilizam elementos que não são comuns na produção artística. Agnaldo Pinho diz que “são materiais que seriam naturalmente descartados mas que trazem em sua face registros e ruídos do tempo, este senhor nobre e perene e esta matéria de registros e rastros que me interessam”, observa o artista. Polito conta que seu material principal para a realização das obras é o “papel-manteiga, algumas vezes cortado no interior ou perfurado com alfinete, pirógrafo, faca, e com as bordas queimadas (com isqueiro ou cigarro)”, revela.

Polito destaca, dentro da exposição, a obra que é “feita com duas folhas de papel-manteiga coladas sobre Canson e nas quais não empreguei nenhuma tinta. Uma delas, a superior, possui milhares de minúsculos furos feitos com um alfinete de fralda esquentado no fogo. O resultado assemelha-se a uma forma orgânica, submarina, ou à porosidade de uma pedra”, descreve. Já Pinho tem como sua obra preferida aquela que mostra sua evolução artística. “Destacaria as três obras da década de 90, porque foi quando dei o salto e saí da figuração para a abstração geométrica construtiva”, conta.
Ambos os artistas têm interesses distintos com a mostra. Agnaldo ressalta que “gosta do fato de que um pedaço de madeira, que ia para o lixo, se transforma em um objeto de arte e ganha novo valor e significado. Esta magia da arte de transformar coisas e pessoas é o que me interessa”. Já Polito diz que deseja que o visitante seja “provocado visualmente a sentir as relações entre texturas, tons, fundo e forma cambiantes, relevos sugeridos, e formas geométricas e abstratas evanescentes”.
A exposição” Raspas e restos nos interessam”, segundo Pinho, vai levar o público a entender que “pode catar seus cacos e transformar isso numa coisa bonita e harmoniosa… A arte faz isso com a gente”, conclui.
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Serviço
Exposição Raspas e restos nos interessam
Data: de 16 de junho a de 30 julho de 2023
Horário: segunda a sábado, das 8h às 20h, e domingos e feriados, das 8h às 19h.
Entrada franca | Classificação: livre.
