Tempos da Bossa
O segundo bate-papo que compõe a programação do projeto – “Pacífico: Memória e Modernidade”, que celebra a trajetória do compositor Pacífico Mascarenhas, trouxe, no “Um seminário Bossa Nova”, a cantora Wanda Sá e Pacífico Mascarenhas para o palco montado no Café do Centro Cultural Minas Tênis Clube. Numa animada conversa com a jornalista Daniella Zupo, momentos marcantes da trajetória de Wanda Sá foram lembrados e Pacífico rememorou seus tempos de bossa. O próximo encontro do programa será com a cantora Claudette Soares e com o escritor Daniel Saraiva, biógrafo de Nara Leão, no dia 16, às 19h, no Café do Centro Cultural Minas Tênis Clube. Classificação: livre.
Confira a palestra aqui:
A conversa começou com Pacífico visitando suas memórias. “No fim da década de 1950, eu fui para o Rio e lá ficava andando pela cidade com João Gilberto. Certa vez, encontramos com Carlos Drummond de Andrade em Copacabana. João fez uma festa porque era fã do poeta”, recordou. Pacífico disse que a Bossa Nova “foi o movimento que modernizou a música. Na Bossa Nova qualquer pessoa pode cantar. Antes, só cantores com vozes muito potentes podiam ousar tentar cantar. A Bossa Nova quebrou isso”, afirmou.
A cantora Wanda Sá contou que trocou as sapatilhas pelo violão. “Quando ouvi a batida da bossa nova fiquei apaixonada. Na época eu fazia balé. Cheguei em casa e pedi para minha mãe para fazer aulas de violão. Ela me disse para escolher, porque a dança e a música não cabiam no orçamento. No dia seguinte eu ganhei um violão e estou até hoje nessa. Agradeço sempre, porque não daria para estar de sapatilhas nos pés hoje”, lembrou em meio a risos. Wanda afirma que está percebendo um retorno da bossa nova. “Muitos jovens estão nos procurando para falar dessa música. A Bossa Nova volta a estabelecer como uma música nacional importante”, disse.
A jornalista Daniella Zupo perguntou sobre o Brasil que a Bossa Nova retratou. “A Bossa Nova mostrou um país que estava em plena mudança. Era um Brasil novo, cinema novo, era tudo novo. O presidente tinha o apelido de Bossa Nova”. Daniella também questionou sobre o legado da bossa nova e Wanda logo disse: “antes era uma fossa danada. A Bossa Nova trouxe para a música leveza, alegria e luz”, concluiu.