Como ler Otto Lara Resende
No dia 11, terça-feira, às 19h, em mais uma sessão do programa literário do Minas Tênis Clube, “Letra em cena. Como ler…”, a obra do cronista e contista mineiro Otto Lara Resende (1922 – 1992) será analisada por Augusto Massi, professor da USP, ensaísta e poeta. A leitura de textos será feita pelo ator Odilon Esteves. Sexto ocupante da cadeira nº 39 da Academia Brasileira de Letras, Otto Lara Resende é considerado pelos especialistas um contista sombrio, em contraste com a personalidade solar. Amante de cartas, o escritor foi homenageado, em 1994, pela Empresa de Correios e Telégrafos, que emitiu um selo com sua efígie, desenhada pelo artista plástico Fernando Lopes. Inscrições gratuitas no site www.sympla.com.br. Classificação: livre.
Segundo o professor Augusto Massi, Otto Lara Resende não era somente um cronista. “O autor é essencialmente um dos nossos melhores contistas. Mas, talvez, devido a sua personalidade contraditória, complexa e misteriosa, assumiu humildemente a crônica, como uma segunda natureza, um exercício diário, dois dedos de prosa”, explica o palestrante, acrescentando que Otto Lara Resende deveria ter sido um escritor. “Ele se preparou a vida toda para ser um escritor, em período integral, paradoxalmente, acabou sendo reconhecido como cronista. Os ossos e os nervos eram de escritor, mas a pele e a conversa são de cronista. A fama do cronista ofuscou a obra notável do escritor”, afirma.
Uma característica de Otto Lara Resende, segundo o especialista, era a de sempre reescrever. “Todos os seus textos revelam extremo rigor de construção, escolha apurada do léxico, ouvido fino para a fala coloquial. Por vezes, fica difícil para o crítico literário escolher entre a primeira e a segunda versão de um texto de Otto”, atesta Augusto Massi, para quem o único romance do escritor, O braço direito, “é original em todas as suas edições e versões”.
Augusto Massi diz que não há um trabalho ou estudo de profundidade sobre a ficção de Otto Lara Resende, mas ele recomenda textos para entender a obra do mineiro. “Penso que o melhor texto para penetrarmos no universo do escritor e na figura humana talvez ainda seja um depoimento do próprio Otto ao Paulo Mendes Campos: Quem é OLR?, publicado no volume de crônicas, O príncipe o sabiá [SP: Companhia das Letras, 1994]. Também recomendo a leitura de uma novelinha, chamada A testemunha silenciosa, que dá título ao livro, também republicado pela Companhia das Letras”, sugere Augusto Massi.
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Serviço
Letra em Cena. Como ler Otto Lara Resende
Data: 11 de junho, terça-feira.
Horário: 19h.
Local: Café do Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia 2.244 – Lourdes).
Classificação: livre.
Inscrições: www.sympla.com.br, gratuitas.
